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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Guarda do sábado X Serviço policial"


Boa tarde irmãos, continuando a sequência de postagens que abordam os temas mais "polêmicos" relativos ao dia-a-dia de policiais cristãos, em especial aqueles que guardam os mandamentos de Deus, vou discorrer acerca  do tema "guarda sábado X trabalho policial", que para os adventistas é um ponto fundamental na decisão de seguir ou não a carreira da segurança pública. Em primeiro lugar começarei esclarecendo um ponto: creio na palavra de Deus como um todo, assim sendo, tenho o sábado como o dia do santo Senhor (Genesis 2:3). O que me levou a ter essa convicção, é que guiado pelo Espírito de Deus sempre quis entender bem as escrituras, e não costumava aceitar um ensinamento antes de passar pela prova do meu lado racional. Vamos aos fatos:
Passei a estudar no antigo testamento como era a vida dos "policiais" (naquele tempo não existia o termo policial, e sim "soldado" ou "guarda", no entanto esses homens exerciam funçoes estritamente policiais) de Israel, pois queria entender melhor de um assunto que geralmente nem teólogos se interessam muito, mas que para mim era muito importante, pois sentia que essa era minha missão. Acabei descobrindo que Jerusalém era uma cidade vigiada 24 horas por dia, Neemias 13:19 (Quando as sombras da tarde cobriram as portas de Jerusalém na véspera do sábado, ordenei que fossem fechadas e só fossem abertas depois que o sábado tivesse terminado. Coloquei alguns de meus homens de confiança junto às portas, para que nenhum carregamento pudesse ser introduzido no dia de sábado.) Os problemas de segurança pública remontam desde a entrada do pecado no mundo, quando ocorreu o primeiro homicídio. Israel viveu intensos períodos de guerra, e Deus nunca se afastava de seu povo, porém, o povo se afastava da proteção de Deus, e no contexto bíblico acima citado vemos que homens foram colocados para vigiar os portões de Jerusalém no período sabático e não eram acusados de transgressão da lei por isso. Neste ínterim também citarei o caso dos fariseus que acusaram Jesus de violar a lei, sendo que Jesus fazia tudo por amor,  porém estes, por hipocrisia o acusavam. Portanto, Jesus jamais transgrediu o sábado, mas quando contrariou os fariseus que O acusavam de transgredir, disse-lhes que Ele, que era Senhor também do sábado, trabalhava também nesse dia, mas o trabalho ao qual se referiu era o trabalho de Deus, o de fazer o bem, o que Ele fez curando certa vez a mão mirrada de uma mulher na sinagoga, aonde ia todos os sábados para adorar, “conforme o seu costume”. Na ocasião Ele tinha dito aos que O criticaram que eles mesmos não deixariam morrer uma de suas ovelhas que caísse num poço num sábado sem prestar-lhe socorro porque era sábado, e, a concordância deles, Ele acrescentou que muito menos se deixaria de fazer cessar o sofrimento de uma filha de Abraão, como aquela mulher por ser no sábado. Portanto, se, por esses argumentos, concordaram nessa ocasião que era lícito fazer o bem no sábado, admitiram que ao curar a mão mirrada da mulher Jesus não estava trabalhando o trabalho proibido pela Lei nesse dia e que eles O estavam interpretando malE assim é nos dias de hoje, pois existem serviços essenciais que nunca deixaram de acontecer no sábado, prova disso é que até a igreja mantém hospitais que funcionam aos sábados, porque é necessário.
Esses trabalhos são geralmente excepcionais, mantidos em regime de plantão, mas alguém tem de fazê-lo, concordam? E devo fazer ou não? Aí a decisão é sua, eu já fiz minha e vou ilustrar para vocês:
Antes de me batizar coloquei estas questões para teólogos e estes me responderam que nada justificaria uma quebra de mandamento indiscriminada, mas que serviços essenciais poderiam ser realizados em casos especiais, essa foi  a mesma opinião de meu pastor, e também era a minha; mas confesso que alguns irmãos viam essa situação com certa estranheza, a maior parte por falta de conhecimento acha mais fácil acusar, porém ninguém vinha falar sobre isso pessoalmente comigo. Até que um dia, por ironia do destino uma irmã adventista desapareceu, por incrível que pareça em uma sexta-feira a tarde, permanecendo no sábado desaparecida, e o que aconteceu? A família procurou a polícia, é claro. De repente, no meio do culto meu celular toca (estava no silencioso), vi que era da Delegacia e saí para atender pois sabia que não me ligariam no sábado se não fosse algo muito sério, então fui convocado a trabalhar nesse dia para desvendar o sumiço da irmã. Agora pergunto aos críticos o que deveria ter feito? Cruzado os braços e dito para a família esperar o sábado passar para começar a trabalhar? Bem, não foi isso que fiz, integramos uma Equipe anti-seqüestro, e pela graça de Deus antes do por do sol ela já havia sido encontrada com segurança.
Na verdade não me acomodo pela natureza do meu serviço, pois sempre que possível troco minha escala de plantão, e meus colegas de trabalham respeitam muito minha fé, mas em casos omissos como o acima citado eu não me furtaria em ajudar a sociedade, independente de quem estivesse precisando ou de que dia da semana fosse, faria por amor a Deus e a missão que Ele me confiou. É bom que lembremos que existe um país que guarda o sábado por princípio, este país é Israel, prova de que é possível conciliar a fé com o dia-a-dia.
É comum que alguém venha debater este tema com ar de acusação, geralmente recriminando os que fazem esse trabalho, porém será que são hipócritas? Fica a pergunta: Se um deles tem sua casa sendo invadida por ladrões em uma sexta a noite, o que fazem? Se ajoelham e oram até passar o sábado ou chamam ajuda daqueles a quem criticam por trabalhar naquele dia? E se um deles sofre um acidente de carro no sábado, indo para a igreja, o que fazem? Oram até que passe o sábado ou chamam ajuda daqueles a quem criticam por trabalhar ao sábado? E se um deles vê seu filho adoecer no sábado, o que faz? Leva a um hospital ou espera o sábado passar? Irmãos, a palavra é clara, o mandamento diz que "nem tu nem teu servo trabalhem ao sábado", então se alguém o critica por isso não deveria usufruir destes serviços essenciais, e sim se virar sozinhos, pois do contrário estariam sendo servidos por alguém no dia santo, parece complexo, mas para mim é simples assim. 
Quanto a questão prática colocada nos comentários da postagem anterior pelos irmãos Fernando Meira Rodrigues e "Luana", que perguntaram acerca deste tema, tenho a dizer o seguinte: esta carreira é espinhosa para qualquer pessoa, mas em especial para os adventistas, mas se é isso que está no coração de vocês, orem a Deus, escutem a resposta, e se a decisão for de entrar para a força, encare as provações de frente, seja forte como Josué (Josué 1:6), preste o concurso, e quando passar não negue sua fé, que Deus vai te honrar assim como fez com muitos (Salmos 37:5), o princípio de tudo é a diplomacia, converse com seus superiores, não tenha medo de expressar pois você não terá sido o primeiro e nem será o último, e se por fim cessar a diplomacia, existem vias judiciais para garantir direitos que por enquanto nós ainda temos.
O tamanho das provações que vocês vão passar depende de vários fatores, por exemplo, existem estados com leis que protegem os guardadores do sábado em concursos e outros (a maioria) não; Existem também forças que são mais resistentes quanto a ceder para garantir esse direito do que outras, geralmente instituições militares tendem a ser mais duras na questão de adequar escala, mas nada é impossível para Deus.
Espero ter contribuído, Deus continue abençoando a todos, e continuem acompanhando nosso Blog.

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