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terça-feira, 25 de outubro de 2011

HOMILÉTICA: Conselhos aos pregadores

Não. O título desta matéria não se refere a um novo livro de Eilen G. White, embora tenha certa semelhança com alguns títulos já publicados (Conselhos So­bre Regime Alimentar, Conselhos So­bre Saúde, Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, Conselhos Sobre a Escola Sabatina, Conselhos Sobre Mor­domia). Porém, é verdade que seus escritos a respeito de pregação e pre­gadores representam material sufi­ciente para um bom livro. Observe, a seguir, algumas de suas jóias mais preciosas sobre as características da pregação efetiva.

Fundamento bíblico

"As afirmações do homem são de pouco ou nenhum valor. Deixem a Palavra de Deus falar ao povo. Dei­xem aqueles que têm ouvido apenas tradições e máximas humanas ou­virem a voz de Deus, cujas promes­sas são cumpridas em Cristo Jesus" (R&H, 11/03/1902).

Cristocêntrica

"A fim de ser devidamente com­preendida e apreciada, toda verda­de da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvá­rio. Apresento perante vós o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção - o Filho de Deus erguido na cruz. Is­to tem de ser o fundamento de todo discurso feito por nossos pastores" (Evangelismo, p. 190).


Relevância

"E no trabalho fora do púlpito, entre as famílias que as mais ricas e valiosas experiências são adquiridas e que o pastor aprende como pode alimentar o rebanho de Deus, dando a cada um sua porção de alimento no devido tempo... Mas, se o pastor não visita, ele não conhecerá a condição do rebanho, não saberá quais verda­des apresentar nem o que é apropria­do a cada caso" (Apelo e Sugestões a Líderes, p. 18).

 Praticidade


"Representações fantasiosas da verdade podem provocar um êxta­se dos sentidos, mas não raro, ver­dades apresentadas desta maneira não suprem o alimento necessário ao fortalecimento e robustecimento do crente para as batalhas da vida. As necessidades imediatas, as provas presentes das pessoas em conflito, devem ser enfrentadas com instrução prática e sadia com base nos princí­pios fundamentais do cristianismo" (Atos dos Apóstolos, p. 252).

Ilustração

"Por intermédio da imaginação, [Jesus] chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e, conquanto simples, encerravam admirável profundeza de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas - com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal" (O Desejado de Todas as Nações, p. 254).

Reverência

"Os pastores não devem for­mar hábito de contar anedotas no púlpito; isto prejudica o poder e a solenidade da verdade que apre­sentam. A narração de anedotas ou incidentes que produzam riso ou um pensamento leviano no es­pírito dos ouvintes é severamen­te censurável. As verdades devem ser revestidas de linguagem pura e cheia de dignidade; e as ilustrações devem ser de caráter semelhante" (Evangelismo, p. 640).

Equilíbrio

"Como mensageiros divinamente designados, os pastores estão numa posição de extraordinária responsa­bilidade. Eles devem reprovar, repre­ender, exortar, com toda longanimida­de. À semelhança de Cristo, devem agir como despenseiros dos misté­rios do Céu, encorajando o obediente e advertindo o desobediente" (R&H, 11/09/1913 - grifo acrescentado).

Apelo integral

"A pregação da palavra deve apelar para a inteligência, e comunicar conhe­cimento, mas cumpre-lhe fazer mais que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos ou­vintes" (Obreiros Evangélicos, p. 152).

A relação entre mensagem e men­sageiro é vital. A personalidade e o caráter deste exercem tanta influên­cia sobre aquela como a condição de limpeza de um vaso afeta o conteúdo dele. Por isso, o sermão requer a exis­tência de um pregador idôneo, capaz, adequado. Eilen White se antecipou também a tudo o que os modernos eruditos da homilética têm a dizer so­bre as características do pregador. Aqui estão algumas de suas declarações.

Coerência

"Há perigo de que os pastores que professam crer na verdade presente se satisfaçam em apresentar a teoria somente, enquanto a própria pessoa não sente o seu poder santificador. Alguns não têm o amor de Deus no coração suavizando, moldando e eno­brecendo a existência" (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 526).
Refinamento

 "A conduta do pastor enquanto no púlpito deve ser ponderada, não descuidada. Ele não deve ser negli­gente com respeito à sua atitude... Deve adotar ordem e possuir refina­mento no mais alto sentido... Suas palavras devem ser selecio­nadas e saudável sua pre­gação. Palavras acidentais usadas pelos pastores que não pregam o evangelho em sinceridade, devem ser para sempre descartadas" (Ibid.,v.2,p. 706, 707).

Gesticulação adequada

"No púlpito, os pastores não têm permissão para se comportarem como atores, tomando atitudes e expressões calculadas para causar efeito. Eles não ocupam o púlpito sagrado para agir como atores, mas para ensinar ver­dades solenes. Há também pastores fanáticos que, na tentativa de pregar a Cristo, esbravejam, gritam, saltam, esmurram o púlpito, como se esse exercício corporal servisse para algu­ma coisa. Tais exibições não conferem força nenhuma às verdades proferi­das. Ao contrário, desagradam ho­mens e mulheres de temperamento calmo e visão elevada. No púlpito, é dever dos que se entregam ao mi­nistério abandonar toda espécie de rudeza e toda conduta tempestuosa." (Evangelismo, p. 640).

 Voz agradável

"A voz é um grande poder, con­tudo muitos não têm treinado para usá-la em sua mais alta capacidade. Jesus é nosso exemplo. Sua voz era musical e jamais a elevava forçando em altas notas quando falava ao po­vo. Ele não falava tão rapidamente misturando as palavras, de modo que dificultasse a compreensão. O Mes­tre enunciava distintamente cada palavra, e aqueles que ouviam Sua voz podiam testemunhar: "Nunca alguém falou como este Homem"." (R&H, 05/03/1895).

Objetividade

"Que a mensagem para este tempo não seja apresentada em discursos longos e elaborados, mas em prá­ticas breves e incisivas, isto é, que vão diretamente ao ponto. Sermões prolongados fatigam a resistência do orador e a paciência dos ouvintes. Se o pregador é daqueles que sentem a importância de sua mensagem, precisa ser especialmente cuidado­so para que não sobrecarregue suas energias físicas, e dê ao povo mais do que pode reter" (Obreiros Evangélicos, p. 167,168).

A grandeza do nosso chamado e a nobreza da verdade que proclama­mos nos impõem o dever de dedicar a Deus e à tarefa da pregação nada menos que a excelência. E assim que a benção divina acompanhará nossos esforços, fazendo com que frutifi­quem para a eternidade.

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