No
relato bíblico da Criação nós encontramos um Deus operando com tal
poder e perfeição que tudo o que veio à existência foi considerado muito
bom. Entre as maravilhas que Deus criou está o ser humano. Na verdade o
homem é a obra principal da criação.
Gênesis
1:26 e 27 conta: “Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e
semelhança… Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou.”
Aí
está, caro amigo, a origem da raça humana. O homem não veio à
existência através de um processo, evoluindo de formas inferiores até
chegar ao que é hoje. A Palavra de Deus confirma ao longo de suas
páginas essa declaração. Na genealogia de Jesus, relatada no evangelho
de Lucas, encontramos no capítulo três, versículo 38, que na mais
remota linhagem, Adão o pai da humanidade, veio de Deus.
Davi,
em um de seus Salmos, exalta a dignidade de Deus como Criador e
menciona: “Que é o homem para que dele te lembres? E o filho do homem
para que o visites? Fizeste-o, no entanto um pouco menor do que os
anjos e de glória e honra o coroaste” (Salmo 8:4 e 5).
Aí
está o claro testemunho de que o ser humano foi formado pelo Criador. E
ao sair de Suas poderosas mãos, o homem era perfeito. Seu rosto
comunicava saúde, luz e vida. Sem ter experimentado o pecado mantinha
uma esfera de beleza, pureza e santidade. Adão refletia,
verdadeiramente, a imagem do seu Criador.
Mas
em que sentido o homem possui a imagem de Deus? Ou ainda, em que se
manifesta a imagem divina no homem? Devemos enfatizar que ter sido
criado à imagem e semelhança de Deus, não significa igualdade pura.
O
homem foi formado à imagem de Deus nos aspectos físico, espiritual e
intelectual. Mas acima de qualquer raciocínio ou conclusão precipitada,
queremos afirmar que tudo o que podemos e devemos saber acerca de Deus
está contido nas Escrituras Sagradas. Há muitos que vivem especulando
acerca de assuntos que a Bíblia não revela e acabam por perder a fé, o
amor e a esperança. Desanimam na vida cristã. Deuteronômio, capítulo
29, versículo 29, nos aconselha a aceitarmos que “as coisas encobertas
pertencem ao Senhor nosso Deus; mas as reveladas pertencem a nós e a
nossos filhos para sempre”.
O
aspecto fundamental neste assunto não é ficar especulando acerca da
forma física e espiritual ou acerca da capacidade mental de Deus. Mas o
ponto principal, bem diferente da especulação, é que o Senhor formou o
homem para viver em Sua companhia. Nisto consiste a base do tema da
criação do homem à imagem e semelhança de Deus.
O
ato da criação da raça humana é uma manifestação do amor de Deus.
Entre outras coisas isto pode ser comprovado pela capacidade de
escolher, ou seja, a livre escolha, o livre-arbítrio com que foi criado
o homem.
O
Senhor Deus sempre desejou que a família da Terra fosse uma extensão
da família celestial. Todavia, não impediu o homem de escolher isso ou
outro caminho diferente. Aí está a grande diferença entre os seres
humanos e as demais criaturas viventes. Os animais são irracionais. Não
pensam. Não raciocinam, nem possuem capacidade de escolha. O homem
pode fazer tudo isso e muito mais.
Podemos
ver nas páginas da Bíblia muitos exemplos de Deus desejando estar em
companhia dos homens. Concluímos que o Senhor visitava Adão e Eva no
final de cada dia (Gênesis 3:8).
Mais
tarde lemos acerca de Enoque que “andou com Deus e não o viram mais,
porquanto Deus para Si o tomou” (Gênesis 5:24). Está aí uma declaração
poderosa que traduz o desejo divino: andar com Seus filhos. Enoque
desenvolveu tanto a amizade e o companheirismo com Deus, que foi levado
para viver sempre com o Senhor.
Pouco
depois lemos a história de Abraão. Um dos mais lindos e emocionantes
relatos da Bíblia. No desenrolar dos fatos vemos como Abraão buscou um
relacionamento contínuo com Deus. E, por outro lado, vemos como Deus
buscou acompanhar e abençoar este Seu servo. Em várias oportunidades o
apóstolo Paulo exaltou a confiante fé de Abraão em Deus. Ele é até
chamado de “Abraão, o pai da fé”.
Mas
é da carta de Tiago que extraímos o melhor título para Abraão. Lemos
no capítulo dois, versículo 23: “E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso
imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”.
Que
definição maravilhosa. Abraão, o amigo de Deus. Isso traduz a
experiência viva, o propósito para o qual o homem foi feito à imagem e
semelhança de Deus – ser amigo e companheiro do Seu Criador.
No
entanto, o exemplo maior de companheirismo com os homens foi dado por
Deus quando Jesus Cristo veio estar entre nós assumindo a natureza
humana. O apóstolo Pedro menciona que “Ele andou por toda parte fazendo
o bem” (Atos 10:38). Embora Jesus usasse momentos reservados para Sua
comunhão íntima com o Pai, o maior tempo de Sua missão foi gasto com as
pessoas, ensinando, curando, aliviando a dor e o peso dos sofredores.
Mesmo
sem o seu brilho original, o homem ainda reflete a imagem de Deus.
Possuímos uma consciência moral, um senso comum de certo ou errado, bom
ou mal. E isto pode se tornar dia a dia mais sensível se cultivarmos
um relacionamento divino com Deus através do estudo de Sua palavra e
pela oração. Por outro lado, o que restou no ser humano da imagem de
Deus, poderá ser completamente anulado se deixarmos os maus impulsos
tomarem conta de nossa natureza. Fazendo assim, dia a dia, apagaremos a
semelhança com Deus.
Lembremos,
pois, que o propósito de Deus ao criar o homem à Sua imagem e
semelhança foi estabelecer com a família humana, amizade e
companheirismo. Porque somos livres, podemos escolher um caminho de
íntimo contato com Deus. Tome essa decisão agora.
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